Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) leva água para 12 mil famílias do Semiárido

           Famílias da micro Região de Jacobina-Ba, estão sendo beneficiadas com o programa do governo federal, Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), uma experiência inovadora de captação de água de chuva para o consumo humano e a produção de alimentos para a agricultura familiar no Semiárido. Implementado pela Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA)  mais de 12 mil famílias, ou 60 mil pessoas, estão tendo acesso à água para produção e alimentos no Semiárido. Na região famílias dos municípios de Quixabeira, Ourolandia, Capim Grosso e Jacobina.


     
     Através da COFASP-Cooperativa de Assistência à Agricultura Sustentável do Piemonte, as comunidades de Queimada Velha, Garajau, Velame, Soropo, Jureminha, Varzea Nova do Junco, Saracura, Garajau e redondezas de Itapeipu, situados no município de Jacobina, estão sendo contempladas com cisternas do projeto. Segundo o técnico da cooperativa Josiene Matos, responsável pelo município, já foram construídas 40 cisternas (20 calçadão e 20 de enxorada). 
          Alem das cisternas foram construídos no municipio também 20 barreiros tipo trincheira, 3 barragemzinhas, 5 barragens subterrâneas , 02 tanques de pedra e uma bomba Bap (bomba de água popular).

Cisterna enxorada Comunidade Velame
Barreiro comunidade Velame

         O objetivo do P1+2 é promover soberania, segurança alimentar e geração de emprego e renda às famílias agricultoras por meio de processos participativos. O 1 significa terra para produção e o 2 corresponde a dois tipos de água: para consumo humano e para produção de alimentos. "Todas as saídas históricas para a região foram para criar dependência. Precisamos dar visibilidade às experiências das comunidades, aos saberes e conhecimentos dos agricultores em manejar os agroecossistemas. Para isso, a estratégia mais eficiente é o tripé 'pequeno, barato e próximo', baseado na estratégia de convivência com o semiárido, e não o tripé 'grande, caro e longe' que marca a indústria da seca", destacou o coordenador do P1+2 e integrante da coordenação da ASA, Antonio Barbosa.

          Desde que surgiu, em 2007, o P1+2 já construiu 10 mil cisternas-calçadão, 474 barragens subterrâneas, 340 tanques de pedra, 208 bombas d’água popular (BAPs) e um barreiro-trincheira: todas tecnologias sociais simples, baratas e de fácil apropriação pela agricultura familiar. "O semiárido brasileiro é o mais chuvoso do mundo. E a estocagem dessa água deve estar baseada na necessidade de cada família", disse.
          O semiárido brasileiro reúne hoje cerca de 22 milhões de habitantes, ou 11,8% da população brasileira. Deste total, 38% estão na zona rural, perfazendo 1,7 milhão de famílias. Segundo Barbosa, a universalização do acesso à água é imprescindível, mas não responderá sozinha ao desenvolvimento da região. "A pobreza não está só relacionada à disponibilidade de água. A região norte, por exemplo, tem a maior reserva de água do Brasil e alguns dos piores indicadores. Os dados do censo agropecuário dão conta de que metade da população do semiárido rural detém 3% das terras, enquanto 46 mil pessoas detêm quase metade das terras. É uma questão que precisa ser enfrentada também", disse.
           O programa surgiu no momento em que o Nordeste passa pela pior seca dos últimos 30 anos. Pelo menos 458 municípios já decretaram situação de emergência por conta da estiagem este ano e cerca de 4 milhões de pessoas estão em áreas atingidas. De acordo com a Secretaria Nacional de Defesa Civil, 222 decretos de emergência já haviam sido reconhecidos pelo órgão federal.
           Água para todos - Durante o debate, o gerente de monitoramento e assessoramento técnico de projetos da Fundação Banco do Brasil, João Bezerra, também apresentou as ações da instituição no Programa Água para Todos. Implementado pelo governo federal no âmbito do Brasil Sem Miséria, que visa retirar todos os 16 milhões de brasileiros que vivem em situação de pobreza extrema até 2014, o programa prevê a universalização do acesso à água em áreas rurais a partir da implementação de 750 mil cisternas em 181 territórios prioritários, sobretudo no Semiárido e nos estados do RS, SC e AM.
"A Fundação Banco do Brasil responderá por 60 mil cisternas de 89 municípios de 40 territórios. Isso exige um protagonismo da comunidade que implanta para que as famílias possam, inclusive, se apropriar e fazer a conservação da Tecnologia Social", destacou.

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