Montante representa 27,8% dos R$ 158 bilhões programados pelo governo para financiar a agricultura empresarial e familiar na safra atual
As
liberações dos recursos oficiais do crédito rural de julho a setembro deste
ano, nos três primeiros meses da safra 2013/2014, atingiram R$ 43,9 bilhões,
valor 40,6% superior aos R$ 31,2 bilhões liberados pelos agentes financeiros no
mesmo período do ano passado. O montante representa 27,8% dos R$ 158 bilhões
programados pelo governo para financiar a agricultura empresarial e familiar na
safra atual. Os dados foram divulgados nesta quinta, dia 24, pelo Departamento
de Economia Agrícola da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da
Agricultura
De
acordo com o levantamento, o crédito para a agricultura empresarial de julho a
setembro cresceu 42,9% em relação ao mesmo período do ano passado, somando R$
38,6 bilhões. As liberações correspondem a 28,4% do montante de R$ 136 bilhões
previstos para esta safra. O desempenho ficou 5,11 pontos porcentuais acima do
registrado entre julho a setembro de 2012. No caso da agricultura familiar, os
financiamentos cresceram 20,4% para R$ 5,3 bilhões, que correspondem a 20,4%
dos recursos programados (R$ 22 bilhões).
O
total de crédito rural, de julho a setembro, para financiar o custeio e a
comercialização da agricultura empresarial cresceu 39,2% em relação ao ano
passado e alcançou R$ 30,2 bilhões. As contratações de crédito de custeio e
comercialização com taxas de juros controladas aumentaram 33,8% para R$ 25,2
bilhões, enquanto a juros livres houve crescimento de 74,7% para R$ 5 bilhões.
O levantamento mostra que a aplicação dos recursos obrigatórios pelos bancos
(exigibilidade sobre 34% dos depósitos à vista) recuou 2,3% nos três primeiros
meses desta safra, para R$ 13,6 bilhões. Em contrapartida os recursos da
poupança rural aumentaram 345,8% para R$ 6,4 bilhões.
No
caso dos programas específicos, um dos destaques é a linha voltada ao
financiamento da classe média rural (Pronamp), cujas liberações de julho a
setembro cresceram 31,2% para R$ 2,9 bilhões. O Banco do Brasil é o principal
agente do Pronamp, com total de R$ 2,3 bilhões até o mês passado, valor 29,9%
acima dos três primeiros meses da safra 2012/13.
Café
e cana
Os
financiamentos concedidos por meio dos recursos do Fundo de Defesa da Economia
Cafeeira (Funcafé) somaram R$ 704,3 milhões de julho a setembro, valor 11,9%
superior ao liberado em igual período do ano passado. O montante já contratado
do Funcafé corresponde a 22,1% dos recursos programados para esta safra (R$ 3,1
bilhões). Em igual período do ano passado, as contratações correspondiam a 30%
dos R$ 2,1 bilhões
programados para a safra 2012/13. Vale lembrar que neste ano
houve demora na definição da programação de recursos do Funcafé, provocada pelo
atraso na aprovação do Orçamento da União.
Outro
programa que registra boa demanda nesta safra é o destinado ao financiamento da
estocagem de etanol combustível (juros de 7,7% ao ano), com liberação de R$
881,9 milhões nos primeiros três meses da safra atual, valor bem acima dos R$
55,8 milhões liberados em igual período do ano passado. O governo manteve a
programação de total de recursos para estocagem de etanol em R$ 2 bilhões.
Os
financiamentos para investimento de julho a setembro atingiram R$ 8,38 bilhões,
valor 64,2% superior aos R$ 5,1 bilhões liberados em igual período do ano
passado. As contrações das linhas de crédito do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cresceram 33%, para R$ 4,2 bilhões,
enquanto nas demais fontes houve aumento 115,6% para R$ 4,1 bilhões.
Nas
linhas de investimento, o destaque negativo é o programa de agricultura de
baixo carbono, cujas liberações nesta safra (julho a setembro) recuaram 12%
para R$ 528,3 milhões. O destaque positivo no crédito para investimento ficou
para o Pronamp (juros de 4,5% ao ano), com aumento de 99,3% nas liberações,
para R$ 832,8 milhões, dos quais R$ 660,6 milhões foram autorizados pelo Banco
do Brasil.
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