O período que vai dos dias 19 a 24 de novembro trará um
bom alívio aos agricultores nordestinos. Uma frente fria deve conseguir avançar
pela Bahia e levar volumes de até 200 milímetros para várias regiões do Estado.
Para o Maranhão, os volumes serão menores, mas expressivos, devendo chegar a 80
milímetros acumulados. As primeiras pancadas poderão ocorrer já neste fim de
semana, possibilitando a recuperação dos níveis de umidade e favorecendo o
plantio em várias regiões, como em Balsas, no Maranhão; Mossoró, no Ceará e
Chapada Diamantina, na Bahia.
Os volumes podem chegar aos 200 milímetros acumulados em grande parte da Bahia até o dia 24
Vale a pena ressaltar que o regime de chuvas é bem
dividido por três regiões do Nordeste. De novembro a janeiro, as pancadas
ocorrem preferencialmente no sul da Bahia e em parte do interior nordestino por
conta da atuação de frentes frias. De fevereiro a abril, essas chuvas migram
para a faixa norte que vai do Maranhão ao Rio Grande do Norte, por causa da
Zona de Convergência Intertropical, um cinturão de nuvens carregadas que ora
está no hemisfério norte do planeta, ora está no hemisfério sul, pegando esse
território do Nordeste.
Já no período que vai de maio a agosto, as instabilidades
são decorrentes das ondas de leste. São nuvens carregadas, provenientes do
continente africano, que atravessam todo o oceano Atlântico carregando umidade
até a faixa leste do Nordeste.
– O grande problema é que nos últimos dois anos nenhum
destes sistemas da chamada quadra chuvosa atuou de maneira significativa no
Nordeste do Brasil, já que as águas do oceano estavam um pouco mais frias do
que o normal, algo que não favorece o aumento do volume de chuva – explica o
climatologista Paulo Etchichury.
De acordo com Etchichury, a situação do ano que vem está
melhor para os agricultores quando comparamos com os anos de 2013 e 2012. Mesmo
assim, as chuvas ainda ficam dentro ou ligeiramente abaixo da média, algo que
dificulta a reversão do deficit hídrico de mais de 24 meses em alguns locais.
– Mesmo com a volta das pancadas, muitas áreas ainda
estão com apenas 10% de umidade – explica o climatologista.
O ideal para a agricultura são índices em torno dos 60% a
até três metros de profundidade do solo.
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